quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Moinho

Agora é o momento dos malvados retornarem com o Vento, e mais uma vez movimentarem os moinhos. Tentamos mudar e deixar de ser fera, tentamos suavizar nossas garras, minimizar nossa ferocidade, domesticar nossos instintos, disfarçar nossos humores, mas voce não aceitou nossa oferta, voce queria mais, e pela sua ganancia de poder nos rebelamos, e devoramos seus sonhos, sua alma e seus tolos sonhos de menina, contudo cometemos tambem um pecado, nosso pecado maior pecado foi querer voltar pra casa, foi ouvir as canções da Lua e não saber mais, se ainda temos nos olhos, nosso melhor caminho. Hoje sei apenas que não posso mais esperar aqui, sinto que meus irmãos me aguardam do outro lado rio e voltar ou ficar, essa duvida permanece, vivo assim entre dois amores, quando navego entre seus olhos, quero voltar ao breu da noite, e sentir o vento gelado mais uma vez, sinto da sua boca que minha eternidade esta acabando, já cometi outros muitos pecados, já quebrei todas as regras, e todas as leis, tenho apenas um único e ultimo pecado, desejar a mulher de boca vermelha que nunca me abandonou, mesmo eu sendo algo incompreensivel demais, mesmo assim ainda guardo um velho poema cantado pelo Moleiro :

"Sou ainda o guardião e protetor desse moinho,
Sou ainda quem espera devagar o outono chegar
Sou aquele, que apesar do tempo e do vento
Sonha pacientemente com sua doce Dulcineia.
Mesmo sendo miragem
Mesmo meus sonhos sendo castigos.
E no fundo do olho, do homem cego, se esconde o Lobo Negro o senhor da noite".

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