terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Girasol

Somos apenas selvagens animais da noite sem pecados sem segredos. Somos como a própria noite. Amamos nossa liberdade 
nossa duplicidade
nossa cumplicidade
nossa dualidade.
Cronos, o Tempo, nosso maior inimigo se esconde atras da nossa solidão, espreitando nossa anima vida. Nossa noite não tem sentidos nem amores, refletimos em aguas turvas nossas imagens, e mergulhamos fundo porque vivemos vivemos e vivemos. Somos deuses negros e mulatos, o nosso prazer é nossa eterna surpresa. Não temos um caminho um proposito, somos apenas animais errantes embriagados com nossa própria grandeza e gentileza. Nosso amor é uma saudade, nossas doces ilusões de menino, não tentamos  mais chorar, e nesse jogo sou perdedor, tenho a santa paz da natureza, porque sou o guardião dessa paz, tenho a voz da floresta, porque sou o velho que se arrasta, mas tenho ao meu lado o novo que me orienta. Nao consigo me explicar nem mesmo tento, como todos dizem sou rebelde, impulsivo, provocador, possessivo, multiplo, mestiço, sou todo mal e nem um bem, minha alma de Lobo não conhece a justiça nem a piedade de santos e santas, nem mesmo conhece esse amor que a noite nos mostra, porque  já perdi a conta dos amores que nunca tive, apesar de tudo e de todos ainda posso ser doce e gentil. Hoje procuro no ceu meu destino, mergulho em um mar denso e danço festejos tribais, tenho gravado tatuagens e simbolos pra tentar me traduzir . Tenho apenas um desejo, porque sou o meu próprio desejo, minha eternidade é meu castigo, já disse isso antes, contrariei os Deuses antigos e fui condenado a viver eternamente. Mas ainda consigo ter  saudade dos amigos e da simplicidade de olhar um dia de sol, apesar de procurar como um louco esse Dia que foge e se esconde. E nesse meu sonho impossivel, provoco o mundo a me impedir, tenho a eterna consciência que não poderei rever quem desejo. Afinal meu Girasol, para sempre estara me esperando nas portas do paraiso, mais  não tenho permissão para entrar. Apesar de ser um animal encantado e viver nessa noite eterna, as sombras me consolam, tento voltar os passos que já caminhei. Perdi o tom e o poder de contar o que vi e o que sinto, o que sonhei ou desejei. Vejo sonhos irracionais acontecendo,vejo um mundo torto e esquisito. E por mais que eu procure em todas a luas de saturno, e por mais que eu mergulhe no mar da tranquilidade, serei companheiro de Ulisses na sua volta pra casa. Não confie nas minhas boas intençoes, a noite me amou e me define como um ser  malvado e sem coração. Nem queira  encontrar em meu intimo uma bondade simpática . Preste atenção ao que diz o oraculo “....quando chegar a minha casa, faça homenagem a meus deuses, beba do meu vinho, coma da minha comida, deite na minha rede e depois va embora”. Afinal não preciso do seu adeus, não encontrei novidades ou boas noticias ou um sorriso novo em você , apenas vi o que queria ver. Não tenho flores no cabelo. Não reconheço em voce nenhum de minhas  companheiras. Não tenho mais a visão, minha consciência mudou meu norte sumiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário