quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Abril

O que as ruas me dizem, não posso repetir.
No meu passo largo conto as pedras do meu caminho
e nesse olhar vago descrevo
destinos
sussurro 
segredos
esses são os contos inventados que posso falar.
Por mais que doa
por mais impossível de ser
ainda acredito neles :

“Passei a vida perseguindo a Lua
mesmo criança sonhava em ser cavalheiro
ou mesmo um mero escudeiro
do mais valente santo guerreiro
e assim poder viajar."

Ainda hoje peregrino ora homem ora lobo
em cada noite de lua cheia
procurando o caminho que me leve ao
vale do luar..
dizem as lendas que nas noites frias de abril
a lua desce e corre louca pelos campos
pelas ruas e praças
tendo como companhia Lobos
que a perseguem como meninos em uma brincadeira de pegar
e no meio da noite
já exausta de tanto correr de de tanto fugir
ela se entrega aquele que lhe foi fiel
e que a acompanhou
e nesse laço
nesse pacto
nesse palco
nesse encontro.......
acontece um reencontro
onde ela sem acreditar
reconhece nele o mesmo olhar
já não tão jovem
de ar ofegante
de quem se superou pra chegar ate ali
e ela sorri
afinal seu preferido venceu mais uma vez
apesar de todas as impossibilidades
apesar do tempo
apesar do pelo grisalho
apesar do corpo cansado
ele venceu, 
agua e terra se encontram
e todos os segredos são novamente revelados
e todas a verdades são ditas mais uma vez
e todo o amor se faz presença
e tendo ceu por testemunha
tudo acontece como estava escrito
como deveria ser …..........
e no meio dessa eternidade de olhares...........
ela vaidosa, linda e fria como deve ser toda lua
volta a cada noite diferente só pra ver o seu amor
e para ser vista mas uma vez
e ele como fiel guardião desse amor
todas as noites
renova seus laços
cantando seu uivo
jurando esperar por um novo encontro.

As muitas formas de amar



Invejo aqueles que já amaram, honestamente hoje posso afirmar que nunca amei na vida, mas honestamente ainda, não acredito nesses amores, nessa entregas, acredito que  o amor é abuso, o amor na verdade pede muito e eu tenho pouco a dar,
amor tambem é traiçoeiro,
o amor é vingativo
o amor é fofogueiro
ninguém ama em silencio, quem ama quer informar ao mundo o seu amor.
Eu não tenho medo do amor, tenho um coração frio, gostaria sim de acreditar que fosse possível me acontecer de amar, por vezes desafio de peito aberto
Eros e Psique e ate Venus para que me mostrem
o que é o amor, mas meu coração foi blindado minha alma foi vendada e calada nas materias do amor, mas mesmo assim ainda sinto pena de quem ama e consequentemente sofre, porque amor é isso, o eterno desequilibrio entre dor e alegria, eu prefiro a tranquilidade do dia, o amor que vejo por ai
já vem com data de validade, sua eternidade é precaria. Não duvide de minhas palavras cara senhorita.

 

Apenas um menino

Atravesso o deserto frio
sob um ceu de azul nilaz
esperando um 
beijo
 no seu olhar 
velejar
no seu sorriso lua crescente
fugir do perigo
evitar armadilhas
e no rio que diz 
agua
e que me conta
traduzindo esses 
olhos
 traiçoeiros
me alertando do perigo
e eu digo
-Ainda sou menino.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Festa de Bremgarten,


Teatro Magico ….só para raros só para loucos, o convite deve ser pago com a própria razão” .
Essa é minha festa, esse é meu convite, e essa minha viagem de olhares, de detalhes, hoje a noite terei a minha volta meus livros, minhas lembranças, meus fantasmas, meus sonhos, todos os meus personagens, todas as minhas pessoas,  e o mais incrivel e que terei voce presente. Hoje poderei dançar de rosto colocado com minha amada  Herminia sua amante Maria. 

sábado, 17 de dezembro de 2011

BOLERO


AMOR É DANÇAR UM BOLERO DEPOIS DE MAIS UM CONHAQUE, E NO MEIO DA DANÇA TER MOMENTOS DE CONVERSA, E NO MEIO DA COVERSA ENTENDER QUE VOCE TEM UM TRATOR NO OLHAR, QUE ME ATRAI E ME DERRUBA, QUE SUBSTIMA MINHA INTELIGENCIA E QUE ME FAZ CHORAR,MAS MESMO ASSIM EU ME ENCANTO COM TEUS PELOS PUBIANOS, E AINDA DESEJO TIRAR SUAS CALCINHAS. CANSEI DAS CIDADES, DOS SEUS PREDIOS E DE SUAS RUAS, CANSEI DE FITAR MILHOES DE FAROIS QUE NÃO ME DIZEM NADA, CANSEI DE SORRIR PRA ROSTOS VAZIOS,  AINDA HOJE QUERO DECORAR SUAVEMENTE SUAS ENTRELINHAS, SUAS RETICENCIAS E SALIENCIAS, QUERO TROCAR E TOCAR PALAVRAS PELO SEU CORPO, QUERO SER INTIMO DO SEU UMBIGO E OUVIR SUA BARRIGA RONCAR DE FOME. QUERO AINDA SER LIVRE POR CONFIAR EM SUA LIBERDADE, SO PODEMOS AMAR AQUILO QUE LIBERTAMOS, E SO EXISTE AMOR EM NOSSA CUMPLICIDADE.  HOJE QUERO PEQUENAS COISAS, COMO:
VIVER UMA OUTRA VIDA UM OUTRO COMEÇO,
TER MAIS UMA CHANCE,
SER NOVAMENTE SETEMBRO,
UM CARINHO SUAVE E REPENTINO,
TER UMA HISTORIA PRA CONTAR,
QUERO APENAS PERDER OS MEUS SENTIDOS E DEPOIS ENCONTRA-LOS EM VOCE.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Primeiro encontro

Talvez eu precise voltar a ver a lua para saber a verdadeira essência do lobo. Nesse devaneio incoerene e infantil miragem de futuro, eu pensei e planejei ser um homem, e me fiz homem, pensei como um homem e quase agi como um. Contudo a essencia selvagem do meu eu sempre me dizia, sempre me avisava das impossibilidades, mas o sonho e o desejo eram maiores. As vontades guardadas gritavam mais alto. Bastou uma falha, um intervalo um instante no reflexo do seu olhar,para que eu pudesse ver, notar e sentir os detalhes da parede, o som dos movimentos de uma ave, o trotar de uma prostituta. Eu que me achava absoluta e poderoso notei que nem tudo e nem todos compartilhavam dessa minha visão tao particular. E nessa minha embriaguez minha quase paixao, meu quase amor, pude ver com nitidez a grande abstração do meu sonho. A mulher que desejo e que quero são varias, são multiplas, quero alguém alem do desejo mas com todo o desejo possível, quero tambem alguém que dance, todo o bolero possível, não quero olhares nem insinuações, quero uma mulher verdadeira absoluta e totalmente incoerente, não desejo entender a mulher e muito menos o amor que sinto. Quero apenas sentir, quero apenas que meus poros meus cabelos minha língua e minhas maos possam sentir o suor no momento da dança. E que esse suor seja o gozo inicial de uma mulher que deseja mais. Quero ter você nos meus braços , como tive agora, quero sua boca sua língua, sua doce saliva. Quero saber detalhes do relevo da sua bunda, desejo apenas ser um objeto invisivel ao seu olhar e a sua percepção. Quero enconstar em suas coxas como corsário do rei e tomar seu corpo como meu território minha província meu ducado. E quem sabe um dia eu posso te olhar nos olhos e dizer que ainda te amo, apesar de minhas falhas apesar dos meus erros. Sou vadio, sou moleque mas sou também uma certeza do amor que sinto.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Nando e Cássia

http://nandoreis.uol.com.br/10-de-dezembro-luz-dos-olhos/

E para a cobertura do bolo ele escreveu um texto sobre sua relação com a Cássia, que foi lançado hoje no Estado de S. Paulo.



“Havia decidido não escrever nada sobre a Cássia, especialmente sobre a Cássia e eu, nesse momento de sentimento ambíguo de comemoração que lembra a perda. Achava que o lançamento da primeira-metade (explico mais tarde) desse Relicário diria tudo. No entanto, bateu uma saudade e me deu vontade de falar dela.

Por coincidência me pediram esse artigo na mesma tarde, quase no mesmo instante que eu abria o disco novo da Gal, Recanto, só com músicas que o Caetano escreveu pra ela. E sem vergonha nenhuma, muito pelo contrário, digo que a minha transa com a Cássia tem tudo a ver com a Gal e o Caetano.

Não há nada mais lindo do que a voz de uma mulher, e essa noção construí ouvindo a voz de minha mãe. E o que eu sempre quis mesmo é ficar nesse lugar, de ouvinte, ser o receptáculo, um espectador – com recato nesse meu modesto canto, recantado. Componho pra dar forma ao caos que trago, engasgo, trafego e naufrago – é assim que dele posso me aproximar sem também sumir de mim. Alto míope inverso, quase cego, não enxergo mesmo é o que está mais perto.

Com a Cássia encontrei essa via, essa viagem, esse dia. Sim, o Segundo Sol é o nosso marco. Zero muito. Inferno múltiplo. E segundo sol que quebra a ideia de que há verdade absoluta. Por um segundo o sol isola a própria identidade, desenhando na calçada a imagem de nossa pessoa em contorno, como a estátua da face escura: CÁSSIA. Sua voz é a voz que grita o meu muitíssimo-mutismo silêncio-surdo, aquele que no peito dos desafinados também bate (feroz e veloz) um coração.

Nos tornamos amigos, muitos anos depois do nosso primeiro encontro, quando identicamente detestamos ter que falar um com o outro, estranhos que éramos por natureza e por delimitação protetora do perímetro de nosso íntimo sítio. Ela disse ‘oi’, ouviu as músicas que eu queria mostrar, e depois… “tchau”. Foi-se embora na hora certa que só o jeito de quem não sabe como se despedir vai embora pra não sumir jamais.

Reunir as músicas minhas que ela gravou num mesmo disco reedita de certa forma esse estranho encontro. Muito estranho encontro. Estranho como se o repertório do Com Você – O Meu Mundo Ficaria Completo tivesse só músicas minhas, como ela queria naquele momento (quando estávamos apaixonados pela tranquilidade que o reconhecimento de que nossa alma-gêmea-mútua-dessemelhante-por-esquisitice trouxe às nossas vidas) eu, por sábia percepção, disse não.

Propor, realizar e lançar esse disco é expor o ápice dessa aproximação. É a minha paradoxal confirmação na forma expressa e desastrada que contém toda declaração de amor.

Aqui digo e divido o que sinto sobre sua importância: minha admiração, minha paixão, minha dependência, minha síndrome de abstinência, minha vaidade, minha timidez, minha limitação descomunal exibida e revertida na grandeza de sua voz-tamanha. E que eu, como um comum, ouso e digo por nós.

Pra não fugir ao que disse no princípio do artigo, esse disco é a primeira-metade do Relicário-imenso-desse-amor. A segunda virá na forma livro-disco cujo conteúdo será: as cartas que mandei pra ela, as demos, tais daquelas conversas, e a história de cada uma dessas músicas. E o retrato da multidão que fez de nós, eu e ela, capazes de fugir da timidez e explicitar o barato do riso de encontrar finalmente um par para não sobrar com o mico-preto.

O que eu mais gosto do que diz esse disco é justamente pisar de novo no chão onde o rastro dos meus riscos está devidamente encadernado por todos os outros que estiveram em ação. E assim, resumido, dar nessa data os “parabéns!, de quem aprendeu que um ‘tchau’ pode ser o ‘oi’ eterno.” Com saudades.”

Por Nando Reis

Uma noite qualquer

Palavras precisam ter sabor e tempero, assim como você precisa de sonhos e poesia, assim como eu preciso passear em uma cidade escura, mas talvez eu não seja o que vê, talvez ate eu seja o que desejas, ou pelo menos o que esperas desejar. As vezes preciso caminhar calado, as vezes preciso olhar e traduzir meus próprios erros, as vezes somente as vezes preciso de você. Hoje sinto a noite mais velha, e menos atraente, seus olhos já não são tão sedutores, eu malandramente ainda brinco com suas meninas e bebo um ultimo gole com um simples brinde a minha vida . Agora eu queria apenas apertar sua mão e caminhar com voce e senti-la próxima, sentir seu corpo quente e suas formas, queria apenas um inocente abraço, queria apenas sentir seu perfume e esconder meus olhos no seu pescoço, como um menino, mas curiosamente ainda procuro em cada mulher que seduzo um pouco de você, e mesmo assim queria trocar tudo que tenho para estar a seu lado, mas a noite não perdoa, quando ela te deseja e te quer, ela vai buscá-lo com ferocidade e com a firme intenção de seduzir.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Sirius o Lobo Celestial


Sirius ilumina e me mostra os caminhos e as possibilidades de um novo mundo, e algumas verdades nesse meu caminhar, e nessa busca pelas minhas verdades, encontro as vezes coisas que perdi, encontro outros destinos, encontro outras vidas, algumas que ainda nem vivi. E mesmo sendo um astuto caçador, me sinto ainda perdido quando não te encontro, afinal sou um mero viajante encantado com o caminho, que aprendeu muitas línguas apenas para poder entender suas memórias. E diante da joia que cobre seu corpo , vejo a estrela vermelha que é a marca do Lobo. E diante da estrela o pacto foi quebrado, e mais uma vez o encontro adiado.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Moinho

Agora é o momento dos malvados retornarem com o Vento, e mais uma vez movimentarem os moinhos. Tentamos mudar e deixar de ser fera, tentamos suavizar nossas garras, minimizar nossa ferocidade, domesticar nossos instintos, disfarçar nossos humores, mas voce não aceitou nossa oferta, voce queria mais, e pela sua ganancia de poder nos rebelamos, e devoramos seus sonhos, sua alma e seus tolos sonhos de menina, contudo cometemos tambem um pecado, nosso pecado maior pecado foi querer voltar pra casa, foi ouvir as canções da Lua e não saber mais, se ainda temos nos olhos, nosso melhor caminho. Hoje sei apenas que não posso mais esperar aqui, sinto que meus irmãos me aguardam do outro lado rio e voltar ou ficar, essa duvida permanece, vivo assim entre dois amores, quando navego entre seus olhos, quero voltar ao breu da noite, e sentir o vento gelado mais uma vez, sinto da sua boca que minha eternidade esta acabando, já cometi outros muitos pecados, já quebrei todas as regras, e todas as leis, tenho apenas um único e ultimo pecado, desejar a mulher de boca vermelha que nunca me abandonou, mesmo eu sendo algo incompreensivel demais, mesmo assim ainda guardo um velho poema cantado pelo Moleiro :

"Sou ainda o guardião e protetor desse moinho,
Sou ainda quem espera devagar o outono chegar
Sou aquele, que apesar do tempo e do vento
Sonha pacientemente com sua doce Dulcineia.
Mesmo sendo miragem
Mesmo meus sonhos sendo castigos.
E no fundo do olho, do homem cego, se esconde o Lobo Negro o senhor da noite".