domingo, 7 de outubro de 2012

Canto da Sereia

Essa é uma historia sem tempo e sem lugar, uma viagem intima ou um caminho sem volta, de tres seres encantados. A Feiticeira Branca surgiu das aguas do lago, como uma sereia, a filha mais nova de Odoiá, seu colar de madreperolas, enfeitava seu corpo, de vestido azul e unhas rosas, um girasol no cabelo e voz de encanto. A margem do lago o Homem Comun, totalmente encantado e enamorado, um tolo apaixonado se deliciava com aquela presença, aquela voz, aquela dança, ficou tão encanto que não ouviu os meus avisos de perigo, ele não ouviu o Lobo Negro, e pensou que pudesse andar sobre as aguas, e conquista-la, achou que a pureza do seu amor podia tudo, ate mesmo penetrar naquele coração vazio, não percebeu o abismo gelado que havia ali, não percebeu a ilusão daquele olhar, estava cego de paixão, e a cada passo que ele dava, mais afundava até sumir por completo, morreu feliz o pobre diabo, no fundo eu o invejo, porque teve coragem, viveu e morreu pela sua verdade, por aquele amor. Eu lamentei, porque não havia mais volta, aquele tolo já não existia, não podia ser salvo, mais o seu destino era inevitavel, o encanto não foi quebrado. Todos os elementos, todos os seres estavam ali presentes e contados, assistindo a tudo, calados. Com seu sorriso sarcastico, ela me convidou a entrar em suas aguas, eu sentia nesse convite seu cheio, seu cio, e seu desamor tambem, eu conhecia bem todas as suas fases suas formas, suas armadilhas, em resposta mostrei minhas presas, e disse- O lago é seu reino seu dominio, cara Senhorita, o meu é o mundo, e se voce o invadir eu te devoro, voce tem medo de amar, e de ser amada. Ela, com toda sua ironia, acenou pra mim e disse -Beijos amore. 

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