quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Um coração e um punhal



O vento gelado envolvia meus espaços e dificultava minha visão, mas dava cor e movimento a tudo que eu via, era um timido carinho gelado. Eu tinha a minha frente duas possibilidades, dois caminhos, o medo esse sentimento tão distante de mim, tomava conta e me fazia tremer. Eu ja não era mas o mesmo, o punhal da Feiticeira Branca havia me tocado,  ainda sentia o gosto do aço. Mas a minha escolha estava ali na minha frente. A matilha me olhava silenciosa, esperando minha decisão, minha atitude. Olhei para o ceú e pedi um conselho, foi nesse momento que a Lua me falou com apenas um olhar. Agora eu sabia o que fazer, e na beira do lago, abri meu peito com minhas garras e arranquei meu coração, que pulsava loucamente, e ali mesmo o enterrei, junto ao punhal de prata da Feiticeira Branca, agora eu estava livre. Não havia mais medo, e todos os uivos e todas as vozes, festejavam a minha volta. E novamente eu poderia andar como o senhor das criaturas, o mestre da escuridão. 

2 comentários:

  1. Um caminho seguro, onde há controle, clareza, razão - "espaço frio, gelado", traz independência, liderença, respeito. Mas há um perigo presente, tão intrépido qto o primeiro, o punhal da feit.branca, aquele que sangra, faz doer, muda a trajetória, traz o calor que degela, o pp sentimento, afeto, entrega..... A luta entre o conhecido e o desconhecido.... qual caminho tomar??? solidão.... Arriscaria dizer que vc é negro e sua musa branca, talvez loira rsrs

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    1. sua interpretação é muito interessante, gostei. Ela não é musa, apesar de ser uma bela mulher, prefiro companheira ou cumplice...

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